Esta doença é mais freqüente em pacientes muito jovens ou nos idosos.
Como se adquire?
Normalmente, as bactérias que comumente causam este tipo de pneumonia são as anaeróbicas que fazem parte da flora (“ambiente”) normal da cavidade oral (boca) e, nos pacientes que adquiriram a doença durante internação hospitalar, os germes mais comuns são os bacilos gram-negativos e o Staphylococcus aureus – bactérias muito agressivas.
Usualmente, o motivo da falha nos mecanismos de defesa do organismo é a perda de consciência ou a presença de algum distúrbio de deglutição (da comida ou da saliva) – como em alguns indivíduos que sofreram derrame cerebral, por exemplo.
Dentre os indivíduos que costumam ter perda de consciência estão os alcoólatras, abusadores de drogas, seqüelados por doença neurológica, doentes mentais, idosos, pacientes de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), epilépticos ou pacientes que tenham feito anestesia geral recentemente ou que tenham sofrido algum traumatismo craniano.
O que se sente?
Este tipo de pneumonia poderá ter um curso agudo, crônico ou intermediário. Calafrios, febre, tosse e dor torácica são algumas das alterações que podem ocorrer nesta doença. Geralmente, a tosse é seca nos primeiros dias, mas costuma apresentar expectoração (catarro) nos dias subseqüentes. Este catarro poderá ter a cor amarela, verde ou até raias de sangue. O odor da secreção expectorada nos casos de pneumonia aspirativa por bactérias anaeróbias é típico: tem cheiro de podre (fetidez característica).
A dificuldade respiratória poderá ocorrer devido à dor causada por cada movimento respiratório – a dita “pontada”. Se a pneumonia for muito extensa, poderá ou não estar associada à cianose – coloração azulada da pele em torno da boca, nos lábios, nas orelhas ou extremidades dos dedos. A cianose traduz, neste caso, um sinal de gravidade.
Já os idosos, na maioria das vezes, não apresentam o quadro pneumônico típico descrito acima. Poderão apresentar uma piora no seu estado geral (mental inclusive), com adinamia, diminuição do apetite e, em muitos casos, sem febre.
Nas crianças pequenas, as alterações que costumam aparecer, afetam o estado geral destas. Comumente não surgem sinais ou sintomas específicos de pneumonia. São crianças que, geralmente, estão febrís, com diminuição na ingestão de alimentos (não querem mamar ou comer), choram bastante e a mãe ou responsável pode até notar a dificuldade respiratória da criança.
Algumas vezes, os indivíduos afetados apresentam sintomas por um longo período, com perda de peso e, até, anemia.
Como o médico faz o diagnóstico?
Normalmente, não é difícil para o médico definir tal diagnóstico. Usualmente, são indivíduos sabidamente alcoólatras ou com distúrbios neurológicos prévios que apresentaram, recentemente, algum episódio de perda de consciência – desmaiaram, dormiram bêbados, tiveram uma crise convulsiva ou dormiram e vomitaram deitados. Boa parte destes indivíduos, durante o curso da doença, apresenta odor pútrido na expectoração ou os demais sinais e sintomas de pneumonia.
A radiografia do tórax solicitada pelo médico costuma mostrar algumas particularidades da pneumonia por aspiração, confirmando tal diagnóstico. Exames laboratoriais poderão auxiliar o médico neste sentido.
Como se trata?
Os antibióticos representam a parte mais importante do tratamento. Normalmente, o antibiótico é definido de acordo com a suspeita do médico em relação a qual seria a bactéria causadora.
Certamente, a fisioterapia respiratória e a aspiração com sonda através do nariz e da boca, auxiliam na retirada de secreções que estão indo dos pulmões em direção à boca. Serão medidas importantes para a melhora dos pacientes – principalmente, naqueles com déficits neurológicos que não conseguem cooperar para sua melhora.
Como se previne?
A medida mais importante é o uso da posição semi-reclinada ou mais verticalizada naqueles indivíduos mais propensos à infecção pulmonar por aspiração. Conforme avaliação médica, pacientes com dificuldade de deglutição ou reflexos de defesa diminuídos poderão ser alimentados através de sondas que entram pelo nariz e chegam até o estômago ou intestino, para diminuir as chances de aspiração. Existem procedimentos cirúrgicos que, em alguns casos, podem ser úteis na prevenção deste problema.
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